Indo eu, indo eu a caminho de Viseu
Uma viagem Lisboa - Viseu na óptica de um passageiro
"Indo eu, indo eu a caminho de Viseu" – poucos versos da música popular portuguesa são tão icónicos e simbólicos. A letra, que narra a partida e a chegada a Viseu, descreve um sentimento universal: a alegria de encontrar quem se ama e a melancolia de uma despedida. Afinal, quem nunca sentiu essa dualidade ao deixar para trás aquilo que mais valoriza?
É precisamente esse misto de emoções que me acompanha todas as semanas. Às segundas-feiras, parto de Viseu rumo a Lisboa, onde cumpro as minhas obrigações profissionais. Às sextas-feiras, faço o caminho inverso, regressando ao seio da minha família. O trajeto é longo, cerca de 300quilómetros, mas a decisão de nunca deixar Viseu esteve sempre clara.
Desde o primeiro dia desta minha presença profissional em Lisboa que a opção foi nunca deixar Viseu e sim deslocar-me semanalmente até à capital para desempenhar a minha atividade profissional. Decisão tomada e seguida imediatamente por outra, não menos importante.
A deslocação de e para Lisboa não seria feita em viatura pessoal mas sim em autocarro. O parceiro escolhido foi a Rede Expressos e não me canso de dizer que foi a opção perfeita e por várias razões: comodidade, segurança, possibilidade de trabalhar enquanto o autocarro vai galgando quilómetros sobre quilómetros ao longo de uma viagem de cerca de quatro horas, percorridos entre a A25 e a A1.
A paisagem beirã, de que sou particular adepta, acompanha-me entre Viseu e Coimbra. Floresta verde e frondosa, uma casa aqui e outra ali, e apesar das vezes sem conta que já fiz o trajeto, tanto à ida como à volta, consigo encontrar sempre algo de novo que enriquece as minhas memórias, os meus pensamentos e a minha reflexão.
Uma vez ou outra, vejo as notícias na televisão ou entretenho-me a ver um filme ou uma série no meu tablet. Embora, na maioria das vezes o tempo passado em viagem aproveito para ir preparando a semana de trabalho a caminho de Lisboa e fazer um balanço do que se passou nos últimos cinco dias antes de chegar a Viseu.
A pressa de chegar é muita. Contudo, entrego-me na condução profissional, segura e tranquila do motorista da Rede Expressos e com tantos afazeres a bordo acabo por me esquecer das horas que passam e dos quilómetros percorridos. Às vezes uma pausa nos afazeres. Uma música nos phones, olhos fechados uns minutos e zás, cheguei ao destino.
Quando chego ao destino, seja Lisboa ou Viseu, a sensação é sempre a mesma: missão cumprida. E no regresso a casa, a certeza de que, com a Rede Expressos, viajar é mais do que um percurso – é um conforto.